Foi isso o que eu escutei de amigos antes de vir pra cá. Eu estaria trocando seis por meia dúzia.
Um dos principais motivos da minha saída do Brasil foi a violência.
Eu já estava ficando uma pessoa chata, com medo de sair de casa à noite, escondendo o celular e documentos dentro das calças, pavor de andar de carro e ônibus, ficava tensa se andando na rua notava uma sobra atrás de mim.
Outros fatores que contribuiram pra minha decisão de mudar de país foi a corrupção, o pagamento de impostos altíssimos e retorno zero, a falta de perspectiva profissional, o fato de não ser possível adquirir um imóvel para um indivíduo com renda familiar até R$3mil/mês, o ensino nas escolas que está cada vez mais precário.
Decidi escrever sobre essa troca “inútil”, ao ver desses amigos, depois dos acontecimentos de 2a. feira à noite, em Copacabana.
Para quem não lembra, dia 23/03/09 foi o dia em que a Rua Santa Clara virou território de guerra entre traficantes, onde a rua Fonte da Saudade na Lagoa foi invadida por bandidos.
Entrei hoje no globo.com pra pegar mais informações sobre esse incidente, mas fiquei chocada. Esse incidente já é passado, e aconteceu há dois dias. Veja a página do jornal O Globo, no Rio:
O que aconteceu em dois dias???
A desordem geral já está oficializada? Falta só o prefeito ter a hombridade de assumir que não tem controle algum sobre nada.
No Globo Online tinha uma nota dando destaque ao abandono das obras da cidade da música. Mas como assim???? Depois de quanto em investimento? R$409milhões?
Caramba, com esse dinheiro dá pra fazer tanta coisa no Rio… Iluminar as ruas do subúrbio, aumentar o salário dos PMs pra que eles não fiquem tentados à corrupção, aumentar o salário dos professores da rede pública, manter as crianças mais tempo nas escolas afastando-as das ruas, sinais de trânsito e bolinhas de tênis.
O Cristóvão Buarque é um político que eu levo a sério, pela proposta apresentada, em sua campanha para presidência em 2006: a federalização de uma educação pública de qualidade para o nível básico (ensino pré-escolar, fundamental e médio), vista como pré-requisito para a solução de todos os demais problemas brasileiros a médio e longo prazos. Para alcançar esse objetivo, propôs a federalização de alguns aspectos da área, como, por exemplo, a definição de padrões mínimos para a infra-estrutura educacional (prédio, equipamentos etc.), currículos dos cursos e formação de professores, que passariam a ter um piso salarial de R$ 800,00.
Então vem a pergunta principal: por parte dos que estão no poder hoje, existe algum interesse que isso mude? Ou será que eles estão só desviando toda a fortuna que pagamos de imposto?
Eu poderia ficar o resto do dia escrevendo sobre a diferença de seis para meia dúzia. Mas eu prefiro ilustrar. Não é o melhor lugar do mundo para se viver, mas com certeza, eu julgo ser possível.