Sempre tive vontade de experimentar sanduíches do Burger King. Apaixonada por fast food que sou, sempre ouvi falar desta rede de fast food, e sinceramente… falar muito bem.
A carne dos hamburgers não são feitas na chapa, e sim numa grelha, estilo “barbecue”, que dá um sabor incrível ao sanduíche. O carro chefe é o Whopper (com suas variações mais populares Double e Triple), seguido do Big King (parecido com o BigMac do McDonalds, mas com a carne muito mais saborosa). Também tem sanduíches com carne de frango, mas confesso que nunca consegui chegar ao caixa e pedir um desses. Sempre peço o Whopper ou BigKing ou DoubleCheeseBacon.
Sanduíches à parte, foi notícia também cá em Lisboa a campanha londrina do BK…
Não sou louca, mas eu não interpretei como os jornais brasileiros… e nem como a multidão carioca.
Não sabe do que estou falando?
Agora você já sabe.
Bem, em primeiro lugar, vou transcrever o anúncio e um detalhe que esqueceram: “One way to Rio not necessary. King Deals. You’ll fell like like you’re robbing us.”
Traduzindo: “Viagem só de ida para o Rio não é necessário. Promoções King. Você vai sentir como se estivesse nos roubando”.
Importante: se digitar no google tradutor o significado de “deal”, terá 11 substantivos e 8 verbos para definir esta palavra, inclusive “traficar”.
Esse é o detalhe que esqueceram de mencionar. É uma campanha que desmistifica o preço elevado do menu no BK, dizendo que está tão barato que os londrinos pensarão que estão roubando o BK. Mas o que o Rio tem a ver com isso?
Simples. O famoso britânico Ronald Biggs, que na década de 60 participou do assalto ao trem pagador (e que virou uma lenda na terra da Rainha Elizabeth) fugiu para o Rio. Mas por quê o Rio? Mais simples ainda: naquela altura não havia compromissos recíprocos ou tratados de extradição firmados entre o Brasil e o Reino Unido.
Para além disso, o Rio é o significado internacional de paraíso (praia + sol + calor + biquíni + mulheres + caipirinha +samba +moeda fraca).
Essa história fez o Rio tão famoso que todos os bandidos de filmes querem viver na cidade maravilhosa. Essa semana eu vi a primeira versão de Onze Homens e um Segredo (Ocean’s Eleven) onde o papel que na versão mais recente era do George Clooney, na anterior era interpretado pelo saudoso mr. Blue Eyes (Sinatra). Lembro claramente dele falando que depois de executar o “plano” ia embora com a esposa para o Rio.
Hoje, antes de começar a escreve este post, estava assistindo à serie Dead Zone (com aquele loirinho que fez o filme Mulher Nota 1000, na década de 80). Era a 2ª temporada, acho que episódio 17. Nesse episódio o John Smith (o loirinho) foi pescar com o amigo e seu filho, e o garoto encontra um pedaço de metal no chão e como o John é médium ele vê que o metal é de um avião que caiu há 4 anos. Vão falar com um guarda florestal sobre o assunto, e ele se junta com mais duas pessoas e vão em busca do avião. Ainda no início do episódio é revelado que os três que se juntaram ao John e companhia estavam em busca do local de queda do avião porque queriam a carga, que estava avaliada em 2 milhões de dólares. No meio do episódio a mulher do lado ruim fala assim “Então, senhor médium? Qual é o meu futuro? Vou estar casada com um ricaço na Suíça ou estarei de biquíni no Rio?”
Se não me engano, no Superman (o clássico, com Christopher Reeve), Lex Luthor também queria ir para o Rio.
O Globo fez em dezembro/2008 uma reportagem sobre o destino favorito de bandidos, que não seria mais o Rio, e sim São Paulo. Colocou à disposição dos leitores um link com os filmes cujos bandidos têm o Rio como destino do “rest in peace”. A matéria está neste link, mas para ler será preciso um cadastro no globo online.
A lista inclui os seguintes filmes:
- Um dia a casa cai (1980) > Com Tom Hanks, que compra uma casa de uns trambiqueiros que fugiram para o Rio. A casa está caindo aos pedaços. Literalmente.
- Irmãos Gêmeos (1988) > Com o Governador da Califórnia (não sei escrever o nome dele) e Danny de Vito. Eles são irmãos gêmeos fruto de uma experiência científica e o personagem de deVitto estava fugindo para o Rio quando resolveu voltar para salvar o irmão.
- Nuns on the run (1990) > Com um camarada que fazia Monthy Python. É sobre dois gangsters que querem parar de ser bandidos, então pegam duas malas cheias de dinheiro e vão para… o Rio!
Tudo isso aconteceu graças ao Biggs. Se ele soubesse que ia fazer esse sucesso, talvez tivesse registrado a idéia e processado todo mundo por plágio. Ia ficar rico e não precisaria apelar para o filho fazer com que ele não passasse fome. Ah, você não sabia disso? Nem eu. Descobri há pouco, fazendo a pesquisa para o blog.
Eu era feliz quando criança. Tinha todos os brinquedos que queria (não era mimada, apenas sabia escolher “o” brinquedo) e gostava muito de cantar de dançar. Trem da alegria, Xuxa, Arca de Noé, Balão Mágico…
O que isso tem a ver com o Biggs? Tudo!
Lembra do Balão Mágico? Aquela música “Super Amigos”? Não? Veja o vídeo abaixo.
A música começa assim “Meu nome é Mike, gosto muito de brincar!”
Pronto. Esse é o filho do Ronald Biggs. O nome de verdade do rebento é Michael Biggs. Ele é filho do Ronald com uma dançarina de casa noturna (é o que dizem no Wikipedia). O menino garantiu o conforto do pai enquanto estava na turma do balão, mas se o Biggs pai tivesse aquela idéia brilhante de registrar a idéia de fugir pro Rio… rs
Brincadeiras à parte, eu quero apenas deixar o meu protesto. Não contra a campanha do BK, mas à ignorância brasileira!!! Se não entendeu a piada, não repete pra outra pessoa.
Mas… será que algum carioca ficou doído achando que seria uma tremenda injustiça falar que no Rio tem bandidos?