E a brasileira foi a Londres

Há pouco tempo publiquei aqui um apelo para quem pudesse ajudar a clarificar essa minha dúvida cruel: brasileira morando em Portugal tem que ter alguma autorização especial para viajar, considerando o fato de que o meu documento de residente é todo em português?

Fui na embaixada do Brasil e me mandaram ao SEF. Fui ao SEF e me disseram queeu tinha que falar com a embaixada da Inglaterra. Mandei email pra lá, disseram que deveria conferir no site da UK Border Agency.

Segundo o tal site eu não preciso de visto e de nada em particular. Mas ainda assim fiquei desconfiada, e tentei achar essa informação aqui pela internet, mas nada. Segurei na mão de Deus e fui!

De qualquer das formas eu estava devidamente nas regras do espaço Schengen, com dinheiro e seguro de saúde pelo período da estadia

No dia da viagem, depois do check-in, depois da vistoria no raio-x, depois de dar uma voltinha pelas lojinhas, finalmente chegou a hora de ir para o portão de embarque. Lá o agente da SEF me perguntou qual o destino da viagem, pediu meu passaporte e antes que ele dissesse qualquer outra coisa, dei também o meu cartão de residente (lógico, meu carimbo de entrada em Portugal é de 2008, ele ia achar que eu estava aqui de oba-oba esse tempo todo e até explicar que focinho de porco não é tomada…). Ele carimbou a minha saída de Portugal e me desejou boa viagem.

Três horas depois estava eu face to face com um agente da imigração da Inglaterra (o tal da UK Border Agency). E ele pediu pra eu preencher um papelzinho com os seguintes dados: dia de entrada, vôo de origem, motivo da visita, periodo que vou ficar, número do meu vôo de volta, endereço de onde ficarei hospedada em Londres. Entreguei a ele o papelzinho preenchido, juntamente com o meu passaporte.
Ele foi mega ultra hiper educado e me perguntou onde eu vivia, o que eu fazia da vida (estudo, trabalho) onde e em quê, e perguntou “vc trabalha então no Brasil?”. E eu disse: “não, vivo e trabalho em Lisboa”. Ia meter a mão na bolsa pra pegar o meu cartão de residente e ele disse: “It’s not necessary, have a good stay and enjoy the city”. Colocou um carimbinho de entrada e pronto.

Agora na volta pra casa, meu passaporte foi passado apenas por um scanner que fez um “bip” e não tive nem carimbo na saída de Londres, somente na entrada de volta em Lisboa. Antes de embarcar, confirmei com a mocinha da easyjet se não deveria ter um carimbo, ela me olhou com cara de interrogação e ficou por isso mesmo. Tenho só um carimbo de entrada solto, e se não fosse o carimbo do SEF (que está numa página aleatória no meu passaporte) podem até achar que fiquei por lá… Mas acredito que eles tenham esse controle mais criterioso com o novo sistema de passaporte eletrónico, por isso não tenho com o que me preocupar.

Então, para os que têm a mesma dúvida, tá aí a resposta: não precisa traduzir nada, documento nenhum, se seu objetivo é apenas turismo. Pra vistos de residência talvez sim (depende da legislação a que se abriga), mas não é o caso.

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