A saudade que ainda dói

Ontem fez 3 anos que a nossa Luka nos deixou.

Naquela época eu fiz um vídeo em homenagem a ela, aos momentos que passamos juntos em família. E me emociono em lembrar de tanta coisa que passamos. Ela foi o marco do início da nossa prosperidade em terras lusas. Foi quando eu e meu marido tínhamos conseguido emprego, tínhamos a sensação de que tudo estava entrando nos eixos. Era muito cedo para termos um filho, mas eu precisava de um pet. Sempre tive, sempre terei. Não sei viver sem. Por isso eu precisava. Faz parte do meu equilíbrio ter um pet.

Ela chegou de surpresa. Eu fui trabalhar, e quando cheguei em casa me deparo com meu marido, em pé, na sala, segurando aquele filhote gigante nos braços, dizendo: “feliz dia dos namorados, princesa”.

Eu gelei. Sempre vou querer ter um pet, e naquela altura eu já queria muito ter pelos pela casa de novo, na verdade. O Brandon já tinha nos deixado, mas como eu estava longe e não o vi ir embora, sentia que ele estaria ali a espera. Pensei “o que ele vai pensar??”. Como assim? Um cachorro que já se foi ia pensar o quê se a mãe dele tivesse outro cão? Doida, eu sei.

O primeiro dia posso dizer que senti medo, mas não consigo precisar o porquê. Não contei pra ninguém que ela tinha chegado. E se não fosse verdade?? Não tinha caído a ficha que eu tinha um cachorrinho de novo! Aquela filhote linda, meiga, mas que destruia tudoooooo. Em uma semana meu marido, que estava debutando no quesito “ter um filhote de cachorro” e não sabia ainda lidar com a realidade que é ter um filhote, surtou e queria devolver a Heidi Ghosts of Pinamar (nome oficial da Luka). Tarde demais. Eu já estava apaixonada por ela. Minha cachorrinha.

Depois do surto, conseguimos escolher o nome. Com a ajuda do VH1 e da Suzanne Vega, achamos perfeito. “If you hear something weird at night, some kind of trouble, some kind of a fight”. Éramos nós, brincando de cabo de guerra com ela.

Ela cabia na cantoneira da bancada da cozinha, e em dois meses só cabia ali o corpo, as pernas e a cabeça ficavam de fora. Ela dormia ali ao pé da gente enquanto cozinhávamos e fazíamos as refeições. A companhia perfeita. Queria brincar nas horas mais inusitadas. E fazia cocô e xixi pela casa inteira, pra enlouquecimento geral. Sem as vacinas ainda em dia não podia ir à rua. Ela tinha recebido vacinas antes de ir viver conosco, mas todo veterinário recomenda começar o protocolo de novo. E fizemos tudo certinho. Castração antes do primeiro cio, alimentação de primeira qualidade, sem petiscos para não interferir na sua saúde.

E sempre me pergunto “será que se fizéssemos algo diferente as coisas tinham tomado outro rumo?”. Nunca saberemos. O que aconteceu não pode ser mudado. O linfoma apareceu e levou a nossa Luka.

Lembro de como ela estava se desintegrando na nossa frente. Pele, pelos, patas, dentes. Por que um animal que era puro amor e paz precisa passar por isso?

Esse vídeo mostra como é nítido o envelhecimento rápido de um animal aos 5 anos de idade. Mas também mostra o amor que pudemos vivenciar durante esse tempo. Esteja a vontade para pegar um lenço e dividir comigo este sentimento.

Luka sempre estará em nossos corações.

Obrigada, Lukita. Por fazer da minha história em Portugal ainda mais bonita.

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3 opiniões sobre “A saudade que ainda dói”

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