Queridos leitores, vocês não fazem a ideia de como eu me sinto lisonjeada a cada e-mail que recebo pedindo a minha ajuda pra esclarecer dúvidas sobre imigração pra Portugal e Inglaterra. Mas aconteceu um fenômeno que eu não imaginava: 331 emails na minha inbox. Continue a ler Perguntas básicas
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10 itens para pensar antes de fazer as malas
Enquanto estamos na incerteza do nosso futuro me ocupo fazendo planos, estudando viabilidades e possibilidades.
Pelas regras da União Europeia podemos viver em qualquer país que faça parte do acordo do Free Movement Right, mas isso não significa que é apontar o dedo no mapa e colocar o pé na estrada. Existe uma lista de coisas que tem que ser levada em consideração antes de fazer um movimento.
Por exemplo, como eu não tenho nacionalidade europeia, mas meu marido sim, ele tem que primeiro ter um emprego para que eu peça a autorização de residência. E para eu pedir a autorização de residência, tenho que preencher alguns pré-requisitos que variam de país para país.
E além desse pequeno importantíssimo detalhe, existe uma série de coisas que se deve pesquisar antes de decidir mudar de país. Como estamos neste ritmo de ter que estar preparado para onde o vento nos levar, já faço pesquisas de coisas específicas, e certamente não são iguais para todos os países do território da UE.
Não vou fazer a pesquisa pra todos e colocar mastigadinho aqui, porque é impossível fazer isso sem estar no lugar e confirmar se é isso mesmo (nada me irrita mais que informação incorreta). Mas vou deixar aqui um check list pra que você faça a pesquisa no país que te interessar, caso esteja nos seus planos uma mudança.
- Moradia: pesquise primeiro por “melhores regiões para se morar em (…)” e a partir daí pesquisa “renting in (…)” e veja o tipo de habitação disponível. Apartamentos, casas flats, mobiliado, não mobiliado, distância do centro/local de trabalho, acesso a transportes.
- Condições para alugar: é preciso fiador? Aceita-se carta de recomendação do senhorio anterior? Carta do trabalho confirmando que tem emprego? Contrato de trabalho? Comprovativo do Imposto de Renda?
- Custos associados a moradia: no Rio de Janeiro temos o fatídico condomínio, que é um valor alto no custo de moradia. E também paga-se o IPTU fracionado. Em Portugal não há condomínio para quem aluga (geralmente é super baratinho e já está embutido no aluguel) e o IMI é por conta do proprietário. Na Inglaterra paga-se o city council, que é um imposto para quem está habitando o imóvel. Nele está incluído a taxa de coleta do lixo, limpeza da rua, iluminação pública. Além disso paga-se também a taxa de TV, que é um valor anual para quem tem TV em casa.
Resumindo: pesquisar se tem custo de condomínio, imposto de moradia, taxa de moradia, taxa de coleta de lixo, taxa de TV. - Transporte: carro ou transporte público? Dependendo da cidade que pretende morar, ou da distância da sua futura casa para a cidade/local de trabalho, tens que saber de antemão a melhor forma de locomoção e os custos associados a isso. Em Lisboa eu usava muito transporte público, mas também tínhamos carro. O seguro em Portugal é barato em comparação a média da UE (mas alto em comparação com o salário mínimo português), o valor do carro não é uma pechicha, mas é mais barato que no Brasil, mais caro que no UK. O seguro no UK é absurdo nos primeiros anos, mas não baixa das £500 mesmo depois de anos de bom histórico. Os transportes públicos em Lisboa nos levavam a todos os lados (além de serem excelentes – e há quem reclame!), em Londres eu nem senti falta de carro quando estive a passeio e morando em Manchester só senti falta do carro uma ou duas vezes. Faça uma pesquisa no google maps sobre a distância de lugares de interesse (escola, mercado, cinema, trabalho, hospitais, etc) e tente identificar a melhor opção pra transporte e o que cabe dentro do orçamento.
- Saúde: pública ou privada? O que o país oferece? No UK toda a saúde é pública, basta residir legalmente para se inscrever num centro de saúde, e a dedicação às crianças menores de 5 anos é algo fora do comum; Em Portugal existem as duas vertentes e os seguros de saúde não são tão caros, depende do que cabe no seu bolso e do que vc considera plausível. Na Irlanda toda a saúde é privada, mas vc tem que pagar um seguro de saúde obrigatório pra usar o seguro de saúde.
- Acesso a medicamentos: No UK até pra comprar anticoncepcional é necessário apresentar prescrição médica (emitida pelo NHS). Meu marido tem que tomar Levotiroxina Sódica todos os dias, pro resto da vida (por causa do câncer da tiróide) e aqui não vendem sem prescrição, mesmo sendo um medicamento inofensivo. Outros remédios como paracetamol, ibuprofeno vende-se até no supermercado, nas prateleiras. Em Portugal é mais fácil pra algumas coisas (anticoncepcional eu sempre comprei sem prescrição), mas alguns é mais restrito. No Brasil só tarja preta e alguns tarja vermelha precisa de receita. Então, se você usa anticoncepcional, é melhor se informar antes e, se for o caso, levar uma reserva com você, porque nem sempre medicamentos passam pelo controle postal. Por via das dúvidas, prepare um kit de primeiros socorros.
- Educação infantil: tem crianças? Qual a idade? Procure saber qual é a idade do ensino obrigatório. Em Portugal é aos 6 anos, no UK é aos 4 anos (inclusive tem fiscalização em cima). Se informe sobre quando tem que fazer a inscrição nas escolas, se tem custos, qual o critério pra inscrição em determinada instituição, a data limite para inscrição, etc. Lembre-se que no hemisfério norte o ano letivo começa em Setembro e termina em Julho do ano seguinte.
- Telecomunicações: preço dos serviços móveis, qual a melhor operadora, se é CDMA ou GSM (na Europa quase não tem mais CDMA, mas nos EUA ainda existe com uma certa força), o melhor tarifário, o custo dos serviços fixos (TV+Fone+Net), período de fidelização e respectiva multa rescisória, etc.
- Frete da mudança: se a casa não tiver mobília, compensa trazer a sua? Alguns países da Europa tem uma rede de mobiliário e decoração chamada IKEA. Relacione o que você levaria na mudança, veja o preço do mesmo no IKEA e faça as contas. Vale mais a pena vender o que se tem e comprar de novo? O frete + valor já investido em itens de casa (e as miudezas, porque no final o valor de itens de cama mesa e banho e utensílios de cozinha fica sempre maior do que imaginamos) compensa?
- Despesas de mercado. Vá ao google, pesquise os principais supermercados da cidade que vc vai mudar, entra no site deles e simule uma compra de semana. Alguns não tem loja online, mas tem o folheto de promoções. Faça uma lista e vá anotando. Eu uso o excel, coloco uma coluna com a moeda local, procuro a cotação no google , faço conversão e comparo com o meu custo atual. É um exercício não muito preciso (porque sempre tem as promoções, produtos que passamos a conhecer e as adaptações alimentares que são inevitáveis), mas dá pra se ter uma noção do impacto que a alimentação terá no orçamento.
Planejar com calma. Esse é o segredo para que sua mudança seja um sucesso. Levei dois anos pra colocar em prática a mudança do Rio para Lisboa. Era tanta gente preocupada com o que estávamos fazendo que até quando fui conversar com meu gerente na época, sobre a minha demissão, ele ficou preocupado em eu estar metendo os pés pelas mãos e me fez uma série de perguntas. Mas para alívio dele, eu tinha todas as respostas na ponta da língua. Faltava a bola de cristal pra saber o que nos esperava, mas preparada pra enfrentar o que viesse, com certeza eu estava.
A verdade sobre a amamentação – Parte II
Meu último post foi um desabafo sobre a pressão que nós mães sofremos para amamentar exclusivamente com LM (leite materno) os nossos filhos, até os 6 meses de vida, e complementarmente até 1 ano de idade.
Se fosse realmente possível, seria o melhor dos mundos, mas a maioria das mães não conseguem seguir essa orientação tão à risca. Não por não querer, mas por não produzir leite o suficiente (meu caso) para suprir a fome do bebê e por ter que voltar ao trabalho depois da licença (e nos países de Lingua Portuguesa eu tenho a certeza que na legislação vigente o retorno ao trabalho acontece antes dos 6 meses de vida da criança) – que também é o meu caso. Continue a ler A verdade sobre a amamentação – Parte II
A verdade sobre a amamentação – Parte I
Estou lendo um livro sobre aleitamento materno, da enfermeira Helena Saraiva. Hoje cheguei no capítulo que explica as vantagens do Leite Materno em exclusividade, me revoltei e resolvi escrever sobre a amamentação.
Como vocês sabem, eu estava super grávida, e meu bebe nasceu no comecinho de Junho/2012, e depois disso minha vida deixou de ser minha e passou a ser dele.
Queria escrever antes sobre o trabalho de parto e o parto em si, o puerpério, mas isso vai ficar pra outro dia.
Vamos focar num ponto: Continue a ler A verdade sobre a amamentação – Parte I
Menino ou menina?
Sinceramente eu não sei. Também não tenho preferências, desde que venha com saúde!
Se for um menino será a coisa mais linda e fofa (espero que parecido com o pai, com cachinhos) e se for menina vai ser a coisa mais cheia de florzinha do mundo (e espero que também tenha os cachinhos no pai, e que tenha a pele do pai e a falta de pêlos do pai 😛 ). Continue a ler Menino ou menina?
Brasileira viajando para Londres
Estou organizando minha primeira viagem de férias para uma cidade fora de Portugal. Destino? Londres.
É uma cidade enigmática pra mim, tenho muita ligação com Londres apesar de não ter nunca visitado lá, não conheço ninguém de lá, não tenho origem genealógica (que eu saiba) de lá. Mas meu coração enche de alegria quando vejo imagens, quando penso a respeito, quando vejo filmes, ouço o sotaque, sei lá, eu tenho uma ligação com o lugar e ponto.
Além de dicas sobre lugares pra visitar (não pretendo ir no Madame Tussauds, não acho piada em celebridades, muito menos as de cera; mas tenho em mente alguns museus como o de ciências e história natural) preciso tirar uma dúvida: meu documento passa na imigração?
Deixe-me explicar: sou uma brasileira, casada com português, meu documento de residente é igual a cartão de vacinação, sem uma singular palavra em inglês, e meu passaporte tem um carimbo de entrada no território europeu de novembro/2008. Se eu chegar em Londres e apresentar meu documento, eles vão querer me deportar pro Brasil (por causa da caducidade do carimbo) ou vão saber que meu cartão de cartolina é um documento oficial e legal?
Se algum brasileiro com o mesmo cartão de residente bege, e que tenha viajado para Inglaterra, poderia me dizer se foi preciso algum visto específico? Foi preciso traduzir o documento?
Estou postando este apelo porque o SEF me diz pra procurar o consulado brasileiro. O consulado brasileiro me manda perguntar pro consulado britânico. E o consulado britânico me manda para um site que não responde as minhas perguntas.
Agradeço a ajuda!
Transportar-se cá em Lisboa
Uma das minhas maiores tristezas no Rio era o metrô. O trem supervia também (e olha que quando eu usava o trem, na época do 2o. grau, não havia chicotada), mas o metrô era meu transporte para o trabalho.
Eu pegava um ônibus até o metrô (cerca de 5 minutos de viagem, o meu limite) e o metrô do subúrbio até o centro da cidade. Isso quer dizer eu ficava no aperto até a Estácio, e de lá eu fazia a transferência para a linha 1, sentido centro. Que tristeza… Chegava no trabalho suada, fedida, amarrotada e já peguei micose umas três vezes. Me habituei a usar casaco o blazer dentro do metrô, até chegar no meu destino, só pra proteger a minha pele do suor alheio. Quem faz esse trajeto sabe exatamente do que eu me refiro. Continue a ler Transportar-se cá em Lisboa
Emprego em Lisboa
Achei o dia de hoje muito sugestivo para este post.
Não me lembrava de como é cansativo procurar emprego.
Seis meses em casa me deixou cheia de disposição, mas serei sincera: haja disposição…
Meu primeiro passo (depois de ter toda a documentação ok, que me habilite a trabalhar) seria elaborar meu currículo.
Não adiantava pegar o meu currículo brasileiro, o mais recente que eu tivesse. Tive que refazer tudo, dentro do modelo europeu. Continue a ler Emprego em Lisboa