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Starting all over again

Em 2008, chegamos a Lisboa apenas nós dois. Ninguém a nossa espera, ninguém a quem procurar.
Em 2009 passamos a ser três, em 2012 passamos a ser quatro, em 2014 éramos 5, em 2015 passamos a ser 4 novamente, depois 5 e por não ter tido opção, somos só nós 4 mais uma vez.

Hoje conto 15 dias na terra da rainha, poucas horas de sono, muitas libras gastas no Ikea, Argos e Amazon, tenho minha casa 60% do jeito que eu quero, e já posso sentar à bancada da minha cozinha, tomar uma cerveja, ouvir uma música (enquanto o marido está vendo TV com os ouvidos atentos às crianças que já dormem, caso preciso) e escrever.

Moro num Continue a ler Starting all over again

Criar laços e atar nós

Vida de imigrante é assim: você decide mudar de país e as pessoas fazem um drama, dizem que você é maluco, que não vai aguentar, mas que deseja sorte.

Reaparecem pessoas na sua vida que antes não te procuravam porque você morava no subúrbio (sim, porque você é você, mas o seu bairo… poxa vida…), e querem ficar suas amigas porque agora você vai pra fora do país (o famoso “tá fazendo isso porque enricou”).

Aí você chega na sua nova terrinha, tá se ambientando, enfrentando toda a dificuldade e pontos de interrogação que surgem na sua frente e quando se comunica com quem ficou lá na cidade de origem só ouve Continue a ler Criar laços e atar nós

E pela primeira vez… fui ao Bairro Alto

Depois de tanto tempo aqui em Lisboa, fui pela primeira vez ao Bairro Alto. E amei!

É totalmente diferente do que eu imaginei. Achei que fosse um lugar tipo Praça Vanhargem (reduto tijucano carioca), mas felizmente é outro conceito.

Meu marido disse que parece com Ouro Preto. Nunca fui a Ouro Preto, mas se ele diz que é, eu acredito 🙂

Não recomendo o lugar para crianças ou para pessoas cujo espírito jovem está em estado de hibernação. A explicação é simples: é um lugar com muito álcool, nada de conforto, mas um clima muito legal.

Existem bares com mesinhas e tal, mas nada de comidas ou aperitivos. É só bebida. Alguns bares têm mesa de totó (pembolim para os paulistas, matraquilhos para os tugas), ping pong e sinuca. Mas a maioria dos bares é take away. Amei o conceito: vc entra, vai ao balcão, pede a bebida e vai embora. E tem bares que ajudam a reduzir a pegada ecológica! Pra encher um copo de cerveja de 400ml, custa só 1.25€. O copo custa 0,30€. Então vc não joga o seu copinho fora e só paga o refil.

A cerveja de 700ml (ou era 750?) varia de preço, quanto mais alto vc for, mais barato. Pagamos (acho) que 3,50€, mas vi a 3€ lá pro meio da madruga.

Existem diversos outros drinks e eles são vendidos em diversos tamanhos (M, L, XL e XXL), o que é muito legal pq evita ter que voltar pra fila de novo tão rápido.

Pra chegar lá, basta ir até ao chiado, no Largo de Camões (onde tem o consulado brasileiro), e subir as ruelas.

Há um site com todas as indicações e dicas sobre a região. São várias ruas, e se mandarem eu voltar exatamente no bar onde eu estava jogando totó (o povo aqui leva isso a sério), esqueçam. Não vou conseguir encontrar de primeira, mas sair de lá é fácil, é só descer.

Aconselho às senhoritas a não ir com salto fino, pois as calçadas são de pedra portuguesa e as ruas são de paralelepípedo. E se pensam e chegar lá de carro, tem que deixar no parque da Praça Luís de Camões antes da meia noite, senão há fila. E só começa a ficar movimentado lá pela meia noite e não para até as 3 da manhã.

Mente aberta. Disposição. E vá com o estômago forrado 🙂